Educação e esporte: professora explica como confeccionar equipamentos e praticar atletismo em casa

Até atingir a adolescência, toda criança está se descobrindo. Depois dos primeiros passos e da segurança em conseguir andar sozinho, é raro o pequeno que não gosta de uma correria cheia de diversão. No seio escolar, a garotada desenvolve diversas habilidades, como aprender a contar, ler, escrever e também a se perceber. É neste contexto que o esporte ganha importância nos primeiros anos de vida. Através da prática esportiva, é possível ter melhor coordenação motora, capacidade de liderar, socializar e até reconhecer predisposições genéticas para determinada modalidade. E nada melhor que inserir um esporte base para a criançada, para estimular movimentos naturais já realizados pelo ser humano.

 

Saltar, correr e lançar, por exemplo, fazem parte das provas do atletismo, que não exigem contato físico, aspecto tão importante nesta fase atual vivida, frente a pandemia do novo coronavírus. Longe das salas de aula, quadras e equipamentos esportivos das escolas, a professora da EMEB São Martinho, Emilian Ramos Crescêncio, soltou a imaginação. Enxergando no atletismo um leque de possibilidades, ensinou a diversos estudantes da rede municipal de ensino como uma dose de adaptação pode proporcionar tanta alegria em movimento. “A modalidade possui um material muito amplo. Porém com uma boa imaginação qualquer professor consegue adaptar para praticá-la”, explica entusiasmada.

 

As bolas de meias passaram a simular o arremesso de peso, o cabo de vassoura o lançamento de dardo e as corridas podem ser feitas em qualquer espaço, bem como os saltos. O que chama atenção é que Emilian foi além dos conceitos básicos do atletismo. O bloco de partida, por exemplo, é usado nas provas de velocidade, como os 100 metros rasos. Geralmente feito com madeira, aço ou alumínio, bastou uma fita crepe colocada no chão para os alunos conseguirem simulá-lo dentro de casa. Outra prova que os estudantes estão experimentando é os 100 metros com barreira. Oficialmente, são dez barreiras também feitas de ferro, madeira ou alumínio, dispostas em linha reta.

 

No quintal das residências e com materiais que possuem à disposição as crianças vivem uma verdadeira disputa, mesmo que individualmente. Enquanto uma usou uma sequência de balde, pneu, banheira, caixa e tijolos com uns cabos de vassoura, outra usou bambus e, ao que parece pela foto, folhas secas. E teve aquela que usou cones e garrafas cheias de tampinhas. Para finalizar, é fundamental revelar um dos propósitos de Emilian: parabenizar o esporte tubaronense, em meio às comemorações dos 150 anos de Tubarão. Uma homenagem que simboliza esperança, criatividade e amor pela profissão de ser professor, em tempos de coronavírus.