Estudos focam em capivaras da beira-rio
As capivaras que habitam o Rio Tubarão e seus afluentes vem gerando discussões no município, relacionados a acidentes de trânsito, com o risco de doenças associadas aos animais domésticos e ao homem. Diversos questionamentos foram feitos sobre a situação destes animais que habitam as margens do rio Tubarão nos últimos anos.
Em 2013, uma parceria entre a Fundação Municipal de Meio Ambiente (Funat) e a Unisul, por meio dos através dos professores Joares A. May Júnior do curso de Medicina Veterinária, Ciências Biológicas e chefe do setor de animais selvagens do Hospital Veterinário Rodrigo Ávila também da instituição, resultou no estudo técnico-científico denominado “Caracterização da estrutura populacional de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) e concepção ambiental da população residente às margens do rio Tubarão, Tubarão-SC”. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi desenvolvido pela estagiária da Funat Mariely da S. e Silva.
O trabalho realizado no primeiro semestre de 2014, compreendeu a área central da cidade entre as pontes Manoel Alves dos Santos (ponte do Morrotes) e Orlando Francalacci (ponte do Quartel). Foram realizadas rotinas de acompanhamento das capivaras para contagem e identificação dos grupos, através de saídas de barco e deslocamento na ciclovia, além de entrevistas com os moradores residentes nas ruas que margeiam o rio.
A crescente expansão das cidades e a redução das áreas naturais pressionam, cada vez mais, a vida selvagem ao convívio humano. “Em ambientes urbanos estes fragmentos são áreas reduzidas e muito próximas dos seres humanos, muitas vezes, resultando em conflitos que ameaçam a conservação das espécies selvagens”, afirma Mariely.
Através deste trabalho foi confirmada a presença de dois grupos de capivaras: um entre a Ponte Manoel Alves dos Santos (ponte do Morrotes) e Ponte Heriberto Hülse (ponte do Centro), já o segundo grupo ocupa a área da ponte Heriberto Hülse (ponte do Centro) à Ponte Orlando Francalacci (ponte do Quartel). Os grupos tem em média 5 indivíduos adultos, 1 sub-adulto e de 3 a 5 filhotes, totalizando no máximo 11 indivíduos por grupo.
Segundo o diretor-presidente da Funat, Guilherme Nunes Bressan, este e outros estudos complementares são fundamentais para o entendimento da dinâmica da população existente no rio e também em seus afluentes. “Estes estudos são de extrema importância para que num segundo momento possamos estabelecer um plano de manejo e de educação em que o cidadão se sinta em segurança no convívio com estes animais”, ressalta Guilherme.
A primeira ação prática a ser realizada pela Fundação de Meio Ambiente com o apoio da secretaria de Segurança e Patrimônio será a colocação de placas de trânsito informando aos motoristas a presença destes animais. Placas informativas serão distribuídas nos locais de maior concentração. Durante estas etapas, a secretaria de Proteção e Defesa Civil destinou o uso de embarcações e equipes de apoio para auxiliar nas atividades.
Fonte: Tayná Rosick/Decom/PMT