Memória, prevenção e reação são focos do 11º Seminário sobre a enchente de 74

Um grande público compareceu na manhã desta sexta-feira (22), ao salão nobre da Unisul para acompanhar a programação do 11º Seminário que marca a passagem dos 45 anos da enchente de 1974.

 


O evento foi aberto com o pronunciamento das autoridades, dentre elas, o prefeito em exercício Caio Torkarski. Na fala, Caio agradeceu a todos – Exército, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar – pelo esforço e dedicação demonstrados durante a tragédia que, oficialmente, matou 199 pessoas e falou das consequências. “Foi um fato de que marcou a nossa história e transformou a vida de muitas pessoas. Muitos moradores perderam tudo, outros foram embora, e isso, com certeza, mudou o ciclo de crescimento de Tubarão. Graças ao povo guerreiro e batalhador, a cidade rapidamente foi reconstruída”, ressalta.

 


O médico Irmoto Feuerschuette era o prefeito da cidade naquele fatídico dia e confirma “foi o pior período que a cidade viveu, já que teve mais da metade de seu território destruída”. Irmoto salienta, contudo, que com o apoio de autoridades e a força dos tubaronenses foi possível reconstruí-la e as empresas voltaram a produzir rapidamente. “Fomos bastante ágeis, tanto que em outubro de 1976 já realizamos os Jogos Abertos de Santa Catarina, aqui em Tubarão”, lembra o médico que abriu o seminário com a apresentação de fatos novos sobre as cheias do rio Tubarão registrados no livro “TubaNharô: O Pai Feroz”, que ele lançou em 2018.


O diretor-presidente da Fundação Municipal de Educação e presidente do Conselho de Segurança de Tubarão (Conset), Maurício da Silva ressalta que relembrar o fato é também uma forma de prevenção. “Quando esquecemos uma tragédia, acabamos relaxando com os preventivos e isso significa que estamos mais próximos da próxima, por isso é preciso estar em permanente vigilância”, atesta.

 


O prefeito em exercício também acredita que é necessário ficar atento. “Um seminário como este é uma grande oportunidade de reflexão e preparo, pois estes eventos são cíclicos. Tivemos a enchente e, mais recentemente, o vendaval em 2016. Precisamos estar preparados para minimizar os impactos em caso de novas ocorrências, ter força de reação e acompanhamento”, destaca.

 


Prevenção – O desassoreamento do rio Tubarão foi também tema abordado durante o seminário. O secretário de Estado da Defesa Civil, coronel João Batista Cordeiro Júnior, demonstrou que o governo do Estado está flexível para fazer as correções no projeto apontadas pelos engenheiros que integram a comissão de acompanhamento da redragagem. O aditivo para o reparo do projeto inicial também foi confirmado pelo secretário de Estado. Uma reunião para discutir as modificações do projeto foi marcada para o final do mês de abril e nela, engenheiros das entidades que compõem a comissão da redragagem e representantes do governo do Estado vão analisar as melhores alternativas para efetuar o desassoreamento do rio. O 15º Seminário foi encerrado com homenagem aos militares que atuaram na inundação de 1974.