Monumento à Anita Garibaldi é revitalizado
O departamento de Turismo da secretaria de Desenvolvimento Econômico realizou a revitalização do Memorial à Anita Garibaldi, localizado na comunidade de Morrinhos, no bairro da Madre, ponto em que nasceu a heroína, data comemorada nesta quinta-feira (30), 197 anos após seu nascimento.
Por sua representação heroica e como marco histórico, o governo italiano, em 1932, homenageou a memória de Anita Garibaldi, construindo um monumento na comunidade onde nasceu. A base do monumento é um obelisco em pedra, com duas placas em bronze fixadas, uma na base e outra no centro da estrutura. A maior delas traz uma inscrição em latim, projetada pelo arquiteto italiano Taurin.
Posteriormente, outros monumentos foram construídos, tornando o local um conjunto de diferentes épocas e estilos, mas sempre com o objetivo de homenagear Anita Garibaldi. Fazem parte do conjunto: Canhão de Armada, com base de concreto sobre o qual foi apoiado de um dos navios em que a heroína havia lutado; localizado à direita, um pouco atrás do Obelisco, está o Painel em concreto, feito em alto-relevo, obra do artista plástico Willy Zumblick, que representa o episódio em que Giuseppe e Anita se encontram na Fonte da Carioca em Laguna. Esse, aliás, é um dos episódios narrados de forma romantizada e poética em toda a história, e faz parte do imaginário cultural da região.
Há ainda um poço de tijolos construído também como lugar marco desse encontro, na lateral oposta, à esquerda, foi criado outro painel em concreto emoldurado por uma estrutura de tijolos aparentes. A imagem, em alto-relevo, apresenta Anita ao centro, em pose heroica, ladeada por combatentes revolucionários. O conjunto está apoiado em duas espadas cruzadas e sobre a estrutura está um pequeno canhão moldado em concreto. A obra é atribuída a Dorival Mateus de Oliveira.
História – Ana Maria de Jesus Ribeiro, que mais tarde se tornaria Anita, nasceu no dia 30 de agosto de 1821 em Morrinhos, então município de Laguna, hoje Tubarão, e era filha de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus Antunes.
De origem simples, casou-se pela primeira vez, em 1835, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar. Com o surgimento, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, Manoel aliou-se às forças imperiais e seguiu com o exército abandonando sua esposa.
No dia 22 de julho de 1839, as forças farroupilhas, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi (1807 – 1882), político e militar revolucionário italiano, tomaram a Vila e proclamaram a Rebública Juliana.
Aos 18 anos, Ana Maria conhece o italiano Giuseppe e se apaixonam. Garibaldi começa a chamar Aninha de Anita, diminutivo de Ana em italiano. Nascia naquele momento a heroína ítalo-brasileira, que ao lado do italiano começa a guerrear. Já no combate de Curitibanos em 15 de novembro de 1839, precisa fugir atravessando a nado o Rio Canoas, mostrando sua coragem.
Em 16 de setembro de 1940, em Mostardas, Rio Grande do Sul, Anita tem seu primeiro filho com Garibaldi. Em 26 de março de 1842 casaram-se no Uruguai. Posteriormente, Anita já com três filhos, vai para a Itália onde luta ao lado do marido pela unificação e libertação daquele país, frente aos seus inimigos austríacos.
Com a derrota foram obrigados a se retirarem em barcos de pesca. Alguns caíram em poder dos austríacos, porém, o que conduzia o casal Garibaldi encalhou numa praia. Anita e Giuseppe, com alguns companheiros, abrigaram-se numa propriedade rural nas proximidades de Ravenna.
Anita, grávida do 5º filho de Garibaldi, com seu estado de saúde precário, veio a falecer, por volta das 19h45min do dia 4 de agosto de 1849, aos 28 anos de idade.
Em sua memória foram erguidos monumentos em Roma, Ravenna, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Laguna e Tubarão.
Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.