Campanha “Laço Branco” alerta para violência contra a mulher
“Meu ex-marido bebia muito. Em uma noite ele queria sair com o carro, e eu não deixei. Fiquei na frente do carro e ele jogou o veículo contra o meu corpo”, relata a moradora de Tubarão que pediu para ser identificada apenas como Marlene. Histórias como essa são relatadas todos os dias nos órgãos de defesa da mulher. E outras ainda piores, ficam camufladas dentro de algumas residências. Buscando incentivar as denúncias e diminuir a incidência de agressões, foi realizada na tarde dessa quarta-feira (25), pela Fundação Municipal de Desenvolvimento Social e o Conselho dos Direitos da Mulher, a campanha intitulada “Laço Branco”.
Fitas brancas de cetim em formato de laço, fixadas na altura do peito e dezenas de panfletos nas mãos. Esta era a aparência dos colaboradores da ação. As pessoas abordadas por eles, ouviam sobre a importância de denunciar qualquer tipo de violência. E junto a isso, conheciam quais os direitos das mulheres e onde elas podem buscá-los. “Na maioria das vezes as mulheres tem medo ou vergonha de contar pelo que estão passando. A campanha é importante porque informa os locais que podemos buscar ajuda”, afirma a dona de casa Marilúcia Beluco Passarela.
Dados da secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres afirmam que das 52.957 denúncias recebidas no país, 27.369 são de violência contra a mulher. “Conheço uma moça que recebeu um tapa no rosto do marido dela. Eu pedi para ela denunciar, mas ela só conseguia dizer ‘Ele é pai do meu filho’ ou ‘ele não foi sempre assim’”, afirma a tubaronense Nancy Maria Souza. “As mulheres não devem ter vergonha ou temer. A violência acontece independente de classe social. Só denunciando conseguiremos diminuir os casos de agressão”, relata a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Vera Regina Rodrigues.
Dados da secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres:
– 43% das 27.369 denúncias são de situações de agressão diária e 35% semanal.
– 51,68% das 27.369 denúncias são de violência física.
– 31,81% violência psicológica
– 1,94% violência patrimonial
– 1,94% sexual
– 1,76% cárcere privado
– 0,26% tráfico de mulheres
Telefones para denúncias:
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – 3628-4636
Delegacia da Mulher – 3905-3023
Hospital Nossa Senhora da Conceição – 3631-7000
Central de Atendimento a Mulher (nacional) – 180
Fonte: Pamela Mendes/Decom/PMT