As práticas de ordem religiosas vincularam a Assistência Social no município no início do século XX. As ações ocorriam baseadas no espírito caritativo de pessoas que marcariam a trajetória da assistência à população tubaronense.
A institucionalização da assistência social inicia no município em 1904, com a instalação do Hospital Nossa Senhora da Conceição com a finalidade de atender pessoas enfermas e sem condições financeiras de assumir o tratamento de saúde ou que se encontravam excluídas em sua comunidade.
Em 1958, surgiu o Lar da Menina, entidade coordenada pelas Irmãs Sacramentinas, com o objetivo de abrigar crianças e adolescentes empobrecidos ou abandonadas por suas famílias. Ainda hoje a entidade funciona também como Organização Educacional atuando com serviços de abrigo e semi abrigo para meninas.
Em 1952, foi criada a Sociedade Tubaronense de Amparo aos Necessitados (STAN), entidade com a finalidade de atender famílias empobrecidas, através da concessão de cestas básicas. Com a mesma finalidade, surgiu em 1954 a Sociedade São Vicente de Paula.
Em 1955, surgiu a entidade de Assistência e Cultura à Infância Tubaronense (ACIT), com a finalidade de dar assistência à criança e ao adolescente. Hoje a entidade se denomina Associação de Promoção e Educação Tubaronense (APROET), e trabalha com crianças de 0 a 6 anos de idade em quatro Centros de Educação Infantil (CEIs).
Com o intuito de angariar recursos para manter entidades assistenciais, em 1959, houve uma mobilização de mulheres que culminou na organização do Clube da Lady, como Organização da Sociedade Civil. Dentre as entidades beneficiadas e/ou mantidas pelo Clube Lady, está o Abrigo dos Velhinhos, surgido em 1962.
Em 1966, a população com necessidades especiais começou a ser atendida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)
Na década de 1970, várias outras entidades surgiram no cenário da assistência social municipal. No Brasil, nessa época, a política adotada era a de aceleração do crescimento, tendo como fatores estimuladores o crédito abundante à indústria, elevação e reestruturação dos preços e tarifas dos serviços de utilidade pública e a negociação externa. Paralelamente a política de salários e financiamento acelerou-se o processo de concentração de renda, cujo desenvolvimento, a partir de 1973 gerou conflitos evidenciando uma série de barreiras como o transporte deficiente, a escassez de insumos básicos devido à demanda excessiva e o aumento da inflação.
Na pretensão de administrar as desigualdades resultantes do sistema capitalista e desenvolvimentista o estado consagra instituições, políticas e profissões para o trato da questão social.
Em 1971, surge a Sociedade de Amparo às Necessidades de Congonhas (Sanco), com a finalidade de atender as mulheres daquele bairro.
Em 1974, com o objetivo de atender as crianças e adolescentes em situação de risco social, surge a
Comissão Municipal do Bem Estar do Menor de Tubarão (Combemtu). Com o advento da histórica enchente de Tubarão é instalada igualmente a Legião Brasileira Assistência (LBA) que impulsionou os programas sociais e instituiu novas práticas de assistência no município.
Portanto, a enchente que abalou o município neste mesmo ano (1974) ocasionando grandes problemas socioeconômicos, impulsionou a mobilização da população para uma reorganização social, política e econômica, desencadeando ações comunitárias com repercussões até os dias atuais.
Neste cenário foi criada em 1976, resultante do conjunto de forças políticas do município, a Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina (FESSC), e com ela, a Escola Superior d e Ciências da Saúde e Promoção Social, congregando os cursos de Serviço Social e de Enfermagem.
A criação da Escola Superior de Serviço Social tornou-se a principal porta para auxiliar o processo de organização comunitária, além de ganhar, o município, novos contornos na prática da assistência social, firmando a integração do curso com o poder público e instituições, contribuindo inexoravelmente para o incentivo da política socioassistencial no município.
Em 1978, foi criada a Fundação Municipal para o Desenvolvimento Social e Comunitário (FUMDESCO), o que significou uma ampliação das ações de assistência social, orientando-se para um enfoque ao trabalho comunitário e ao desenvolvimento social local, visto ser uma necessidade do momento.
Em 1985, com a estruturação da Secretaria de Saúde e Promoção Social, que passou a desempenhar o papel da FUMDESCO, a assistência social definiu-se de forma mais efetiva através do Departamento de Promoção Social.
Em 1986, a Secretaria de Saúde e Promoção Social absorve em seu quadro funcional, estagiários de Serviço Social dando suporte as unidades de saúde aos programas que estavam prestes a serem implantados pelo Governo Federal nos municípios.
O Departamento de Promoção Social da Secretaria de Saúde e Promoção Social do município reordenou os serviços da área assistencial, realizando trabalho articulado com a saúde, cujos profissionais de Serviço Social, contratados em 1997, completavam a equipe multidisciplinar nas unidades saúde e que, na época, expandiram nos bairros da periferia, considerados polo territorial para as localidades mais vulnerabilizadas.
A assistência social começa, no município, a ganhar visibilidades na condição de elo primordial entre os segmentos mais e menos vulnerabilizados.
O enfoque, já nessa época no município, com a conquista do espaço profissional do Assistente Social, era a comunidade e a família, trajeto capaz de preparar o sucesso dos programas encaminhados pelo governo federal como o Programa de Suplementação Alimentar (PSA) e o Programa do Leite. Entretanto, profissionais racionalmente aproveitaram o ensejo dos programas delineando “caminhos” para chegar até a população e estabelecer a relação mais estreita de diálogo. Foi através dessa dinâmica que a comunidade conseguiu organizar-se de forma mais fortalecida em grupos, surgindo os primeiros Conselhos Locais de Saúde.
Estruturou-se também o programa de Saúde Mental com o enfoque para o tratamento ambulatorial e comunitário, com o objetivo de minimizar as internações hospitalares e capacitar a comunidade, a família e a própria pessoa que estava doente para a prevenção e para o seu próprio cuidado.
O Serviço Social conseguiu estruturar a retaguarda para a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), que deixaram de ser oferecidos somente no interior das unidades, dando condição do trabalho preventivo através dos serviços de assistência social operacionalizados na comunidade / unidades de saúde, com os grupos organizados de idosos, mães, conselhos comunitários, etc.
No espaço administrativo da Secretaria de Saúde, instalou-se o Plantão Social, que atendia a população vulnerável, com trabalhos integrados com as unidades de saúde e os grupos organizados das comunidades, especialmente os Conselhos Comunitários.
Contudo, o reordenamento na secretaria de saúde, com a potencialização de maior número de profissionais da área, ajuda individualizada, atendimento a emergências ou calamidades, atendimento aos grupos sem potencial político, como mães, idosos, deficientes, etc. Conquanto, a Promoção Social despontava potenciais para ações de provisão de serviços sociais complexos tais como asilos, creches e as transformações sociais emergentes correspondentes às práticas de mobilização e organização popular.
Na década de 90, após a criação da Secretaria de Saúde e Promoção Social, com a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), em 1993, iniciou-se na região a análise e discussão da lei, no âmbito técnico profissional da Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina. Em seguida, pela primeira vez, instaurou-se o Fórum Regional da Assistência Social para melhor discutir o artigo 30 da LOAS, imprescindível, naquele momento para a implantação da política pública no município.
Firmava o momento de mais uma reordenação mdas ações a partir da Constituição Federal de 1988 e da LOAS de 1993.
Nesse mesmo ano, então, o Fórum elaborou em conjunto com os vários segmentos da sociedade civil organizada, a Unisul, as prefeituras da região e organizações não governamentais, a lei municipal de assistência social, criando o Conselho Municipal de Assistência Social, o Fundo Municipal de Assistência Social e a proposição do primeiro Plano Municipal de Assistência Social. Posteriormente os conselhos implantados convocaram a primeira Conferência de Assistência Social que, em nível de municípios se efetivou através de reuniões ampliadas e, em seguida, a Região da Amurel, composta pelos seus dezoito municípios realizou a 1ª Conferência Regional de Assistência Social.
Mesmo com a deliberação na Conferência de estruturação do Comando Único da Assistência Social no município, no último ano de um mandato administrativo da prefeitura, o prefeito da época não entendeu viável, politicamente, criar naquele momento, a secretaria de Assistência Social.
Entretanto, a equipe técnica desenvolveu estudos e propôs um organograma da futura secretaria, que foi analisado com algumas modificações, consagrando-se a estrutura da atual secretaria de Assistência Social.
Em 2000, surgiu a necessidade de uma avaliação das ações da secretaria com dois aspectos essenciais: a revisão do plano de assistência social de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional e a capacitação de todos os técnicos da secretaria, acompanhado pelo Curso de Serviço Social da Unisul para avaliação diagnóstica do processo instaurado e o planejamento de novas ações na ótica do SUAS.
A avaliação possibilitou identificar fragilidades relacionadas ao processo de planejamento da política municipal, a percepção gerencial das diretorias dos departamentos sobre a condução do sistema, as dificuldades de relacionamento interno entre os departamentos permitindo um pensar a política pública de forma integrada: atendimento a população – critérios de acessibilidade e inclusão ao sistema e a interação com o aparato institucional socioassistencial do município.