Dia do Índio: A vocação de proteger desde criança
O Brasil homenageia os índios no dia 19 de abril para lembrar nossas origens. Os alunos, criativos como são, aproveitam o conteúdo para criar apresentações, onde se vestem tipicamente e passam o conhecimento. Mas esta experiência não nos permite conhecer totalmente os índios. Para isso, precisamos escutar e ler histórias reais. Histórias estas, como a da servidora pública Elna Fátima Pires de Oliveira. Ela é descendente de tupi-guarani e vive para proteger os humanos, o meio ambiente e suas origens. Histórias como a dela, merecem ser lidas.
A união entre uma índia tupi-guarani e um homem branco deu origem a bugra Elna Fátima Pires de Oliveira. Até seus nove anos, ela viveu numa tribo localizada em Dionísio Cerqueira. “Vivíamos no interior, com uma vida muito natural. O índio e o meio ambiente são a mesma coisa”, afirma Elna. Neste lugar, ela e a família consumiam apenas os produtos de origem da terra. “O índio sabe que o meio ambiente dá tudo que ele precisa para viver. Além disso, somos muito unidos, se eu pesquei um peixe, ele não é meu, ele é de todos”, disse ela.
Em busca dos costumes do pai, a família mudou-se pela primeira vez para um centro urbano. A mudança começou pela Argentina e logo depois, Florianópolis. “Eu tinha medo de sair na cidade, tudo pra mim era novo. Mas foi ali que comecei a busca por uma vida diferente. Eu precisava buscar novas alternativas, então comecei a estudar, trabalhar e buscar o caminho que alcancei hoje”, comenta Elna.
Ainda sobre a cidade, ela conta que foi discriminada pelos traços que possui. “Eu sofri muita rejeição na escola e nos lugares que chegava. Mas isso só me fortaleceu, para mostrar que sou normal, igual a qualquer um”, ressalta Elna.
Desde que saiu da tribo, Elna fez uma graduação e uma pós -graduação em gestão ambiental. Além disso, realizou diversas capacitações em Defesa Civil. Graças a suas habilidades e força de vontade, hoje ela atua como coordenadora da secretaria de Proteção e Defesa Civil do município. Quando questionada sobre os sonhos e planos, ela fala sobre o trabalho voluntário. “Tenho muitos sonhos, é sempre bom sonhar. O maior deles, é aumentar a frequência com que faço trabalho voluntário. É muito bom quando você pode ajudar outra pessoa”, afirma Elna.
Sobre o Dia do índio, ela afirma que a cultura não pode se perder, por ser muito rica e única. Comenta ainda que a data é como se fosse o aniversário dela e que os índios não devem desistir, mas sim persistir nas oportunidades impostas pela vida.
Fonte: Decom/PMT