Ponte Pênsil é tombada pelo Patrimônio Cultural Material do Município de Tubarão

No próximo dia 2 de agosto, a ponte pênsil em frente à Unisul completará 58 anos de sua inauguração, sendo agora oficialmente parte do Patrimônio Material Cultural do Município. O decreto municipal declarando o tombamento foi sancionado pelo prefeito Joares Ponticelli no último dia 15, e publicado nesta terça-feira, dia 19, no Diário Oficial do Município.

 

 

O histórico deste tombamento iniciou quando o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e Natural de Tubarão – COMPAC, em março de 2019, instituiu um Grupo de Trabalho, composto por conselheiros e especialistas na área em questão, para estudo técnico sobre o valor histórico e cultural da Ponte Pênsil localizada sobre o Rio Tubarão, em frente à Sede da Unisul, denominada pela Lei 2.172/98 como “Paulo João do Nascimento”. Popularmente a ponte pênsil é conhecida como “Ponte de Arame” devido a sua estrutura e cabeamento.

 

 

No estudo específico referente à Ponte Pênsil, os critérios metodológicos se basearam no levantamento histórico a partir de fontes primárias e bibliográficas, bem como por meio de consultas às comunidades circunvizinhas, a saber: Dehon, Oficinas, Centro e Morrotes. Esse cuidado metodológico sustentou-se no argumento de que a preservação de um bem cultural não deve ser feita somente visando interesses dos poderes Executivo e/ou Legislativo, mas respeitando os interesses da própria comunidade.

 

 

A construção da nova passarela de pedestres ao lado da tradicional Ponte Pênsil motivou o estudo, a fim de garantir que não houvesse nenhuma ação de degradação antes da verificação de seu valor histórico e cultural como Patrimônio Cultural Tubaronense.

 

 

Para realização de consulta popular, o GT para estudo sobre o valor histórico e cultural da Ponte Pênsil formulou questionário online na Plataforma Google Forms para identificar quantas pessoas da comunidade a reconheciam e a identificavam como patrimônio histórico e cultural da cidade, por meio da análise de suas próprias experiências e vivências. O grupo de estudos temáticos — GT ,analisou criteriosamente os questionários e evidências históricas que serviram de base para o parecer técnico.

 

 

Como resultado deste trabalho de consulta, obteve-se que 85,3% dos que responderam ao questionário consideraram a Ponte de Arame um patrimônio histórico e responderam que sim, reforçando a importância do tombamento desta, já que a grande maioria a considera um patrimônio importante da cidade de Tubarão.

 

 

Questionados sobre o tombamento, 82,3 % disseram ser a favor, salientando a importância de preservação histórica deste bem para a cidade. Perguntados se a Ponte de Arame deveria ser demolida, 84,1 % responderam que não e 15,9% disseram que sim, significando que a maioria identifica este bem como um patrimônio que precisa ser preservado.

 

 

Segundo relatório do COMPAC, inserido na proposta de tombamento, outra fonte utilizada como base para consulta popular foi uma enquete realizada pela Rádio Tubá por meio da rede social Facebook. O resultado da pesquisa revelou que 60% das pessoas consideram a ponte como bem relevante para a memória tubaronense.

 

 


“A participação da sociedade na pesquisa foi fundamental para validação deste tombamento, uma vez que a mesma considerou a ponte uma identificação simbólica da comunidade tubaronense”, explicou o presidente do COMPAC e da Fundação Municipal de Cultura, Carlos Zamparetti.