Memória Esportiva #1: de cinco gols de desvantagem, para o título de 3º lugar da Taça Brasil de Handebol em 1992

A expectativa de viver uma nova experiência pela primeira vez costuma trazer euforia. No esporte, quando um atleta tem a oportunidade de estrear em uma competição que envolve todo o Brasil, é raro não ficar ansioso para entrar em quadra – principalmente se o time for jovem. Foi assim há 38 anos. Comandados pelo técnico Antonio Paulo Martins Neto, o Paulinho, 16 jogadores viajavam para Niterói, no Rio de Janeiro, para encarar a Taça Brasil de Handebol – Juvenil, entre os dias 24 e 28 de novembro de 1992. “Todos eram moleques indo para um lugar grande, longe de casa”, relembra o ex-atleta Joares May Júnior. Os então adolescentes tinham em média 17 anos.

 

Na disputa, representaram não só o município de Tubarão, como toda Santa Catarina. “Nós estávamos levando a bandeira tubaronense para outra cidade e outro estado”, conta orgulhoso o ex-jogador Luís Fernando Michielin Lopes. E o campeonato não foi nada fácil. Ao todos, estavam oito elencos qualificados de todas as regiões do Brasil no desafio e cada jogo era encarado como uma verdadeira final. A equipe da Cidade Azul, ao todo, encarou quatro partidas. Já no primeiro confronto, precisou enfrentar um dos favoritos para a conquista do título, Santa Maria. “Ganhamos bem deles”, destaca o treinador Paulinho. Em seguida, também venceram o time de São Paulo – mas não podiam subir no salto.

 

O jogo da semifinal tinha tudo para ser o mais difícil. O adversário foi nada mais, nada menos, do que os donos da casa, Niterói. “Eles tinham qualidade”, ressalta Paulinho. Acima disso. Imagine. Eles tinham a arquibancada cheia. Os torcedores energéticos, incentivando o grupo carioca que estava a um passo de passar para a final. E assim foi… Apesar da dedicação, os tubaronenses foram superados. Placar final: Santa Catarina 12 x 33 Rio de Janeiro. No entanto, a Taça Brasil ainda não havia acabado para a Cidade Azul. Agora, eles tinham a chance de fazer diferente, corrigir os erros e, quem sabe, trazer o título de terceiro lugar na bagagem.

 

Foi justamente essa a partida mais marcante para os adolescentes daquela época. “Que jogo difícil”, recorda o ex-jogador. De um lado da quadra estava Santa Catarina, do outro Alagoas. Era tudo ou nada. Nervosismo e erros marcaram o primeiro tempo do time tubaronense, deixando-os cinco gols atrás dos alagoanos. Cinco gols. O número que nenhum daqueles jogadores jamais esqueceu. “O Paulinho não deixou a gente ir para o vestiário. Ficamos embaixo da trave”, detalha Joares May. O treinador explicou as táticas, o que precisava ser feito e saiu. Naquele momento, cada jogador refletiu, pensou nos porquês e entendeu que ainda dava tempo.

No gol, Luis Fernando Michielin Lopes atento. Em quadra, Renê Floriano Amandio,
Joares May Júnior, Everton Sales, Luciano Romario Modesto de Oliveira, Fabio Zabot Holthausen e Eduardo da Silva Gomes. O apito soou e foi dada a largada para alcançar aqueles cinco gols de vantagem. Se a equipe nordestina esperava um último tempo fácil, se enganou. “O time de Alagoas não estava entendendo o que acontecia, pois mudamos muito a postura de jogo”, lembra Paulinho. Na força de vontade e talento, reverteram o placar e ainda ganharam com quatro gols de diferença. “A equipe produziu muito. Jogou muito bem. O que eu pedi eles fizeram. Colocaram o sangue”, diz o treinador.

 

Assim, o título de terceiro lugar da Taça Brasil de Handebol, em 1992, foi conquistado para a honra de Tubarão e Santa Catarina. Ano que também marca a estreia da Seleção Brasileira Masculina de Handebol nos Jogos Olímpicos, na edição de Barcelona. É através dessa referência que podemos – por que não? – afirmar que, naquele ano, a Cidade Azul também teve sua seleção. Um time seleto, formado por uma garotada que guarda até hoje a medalha daquele tempo. Essa foi a história da primeira edição da série Memória Esportiva, promovida pela Fundação Municipal de Esporte, por meio do departamento de Comunicação da Prefeitura de Tubarão.

 

Elenco: 

Maxwell Fretta Bressan

Marcelo Karsten

Claudionei Laguna

Adair José Marvin (em memória)

Paulo Augusto Gomes da Silva

Renê Floriano Amandio

Joares Adenilson May Júnior

Everton Sales

Luciano Romario Modesto de Oliveira

Luis Fernando Michielin Lopes

Fabio Zabot Holthausen

Eduardo da Silva Gomes

Rogério de Machado Oliveira

Antonio Paulo Martins Neto

Celio Matias Vargas

Rafael Waterkemper

Emerson França