Tubarão investe em parcerias para produzir equipamentos de saúde localmente durante a pandemia

A descoberta da transmissão comunitária do novo coronavírus em meados de março no município de Tubarão (SC), quando os primeiros casos da doença no país estavam sendo confirmados (e em geral se restringiam a pessoas vindas do exterior), colocou a gestão local em alerta.

 

A cidade vinha investindo na inovação em saúde há alguns anos, buscando se tornar um polo de referência da região, mas suas ações ainda não tinham sido colocadas à prova como foram pela pandemia. A experiência de Tubarão foi compartilhada no dia 14 de maio por Giovani Bernardo, secretário de Desenvolvimento Econômico do município, e Daisson Trevisol, secretário de Saúde, em uma live da série promovida pelo Fórum sobre boas práticas contra a Covid-19.

 

Além das ações básicas de isolamento e formação de comitês de crise, nos moldes das adotadas por municípios Brasil afora, Tubarão investiu na telemedicina, passando a monitorar por vídeo pessoas que haviam testado positivo para o novo coronavírus. Os pacientes receberam kits formados por termômetros e oxímetros (equipamento de medição do nível de oxigênio no sangue), e profissionais de saúde acompanham regularmente as medições e a evolução do quadro, fazendo os encaminhamentos necessários.

 

Mas a maior inovação da cidade foi em outro campo. Diante da escassez e dos preços abusivos dos equipamentos de proteção, como máscaras e aventais, o município decidiu investir na matéria-prima para esses produtos e mobilizou costureiras e outros profissionais para a fabricação de acordo com as orientações da Anvisa. O resultado, segundo os gestores, foi a economia estimada em 400 mil reais, ao comparar o custo aos materiais no mercado.

 

Para a produção de face shields, equipamentos de proteção não descartáveis, a prefeitura se uniu à iniciativa privada e ao Instituto Federal de Santa Catarina para desenvolver uma solução própria. A base dos equipamentos é feita em impressoras 3D da instituição de ensino, enquanto o acrílico foi doado por empresa parceira. As colaborações também permitiram o desenvolvimentos de cabines acrílicas para proteger atendentes em comércios essenciais, como hospitais, farmácias, mercados e bancos.

 

Segundo os gestores, foi fundamental no processo que as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Saúde trabalhassem juntas e não tomassem qualquer decisão unilateralmente.

 

Para o secretário de Saúde Daisson Trevisol, “toda guerra tem um legado, e teremos um desta pandemia”. Ele acredita que o que fica de positivo, apesar das enormes perdas humanas, é a evolução do uso da tecnologia em saúde, a exemplo da telemedicina.

 

Assista à live completa (1 hora).

 

 

Informações: https://foruminovacidades.org