A ascensão dos e-sports no cenário esportivo catarinense
Futebol? Paralisado. Atletismo? Sem corrida nas pistas. Não há competições presenciais por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas, quando o jogador ganha a pronúncia inglesa “gamer”, o contexto muda. Diferentes dos esportes convencionais os e-sports ganharam espaço no cenário esportivo durante as recomendações de isolamento social. O Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL), por exemplo, finalizou o 1º split e o 2º já está perto de iniciar. Em Santa Catarina, organizações universitárias realizaram disputas onlines, integrando diversos acadêmicos do estado em competições de LOL, CS: GO, Pôquer, Xadrez e Canastra.
E foi sobre os s-esports que o presidente da Fesporte, Rui Godinho, debateu em uma reunião online nesta segunda-feira (25). A ideia é elaborar um campeonato de jogos eletrônicos escolares. “Estamos trabalhando e debatendo para tornar isso uma realidade em Santa Catarina. Procuramos um ambiente seguro, profissional, para levar entretenimento e atividades para os estudantes de todo o estado”, afirmou. Existem muitos paralelos entre esporte tradicional e esporte eletrônico: trabalho em equipe, amizade e senso de comunidade, comunicação e capacidade cognitiva, agilidade de raciocínio, desenvolvimento de novas habilidades.
Essa introdução dos jogos eletrônicos é algo novo e inovador, revela o vice-presidente da Fundação Municipal de Esporte (FME), André Orlandi. “Nós da PMT estamos abertos a tudo que abra novos horizontes de práticas esportivas. Queremos a inclusão, tirar a criança o adolescente da inércia, despertar interesse por algo que lhe atraia. Esperamos que a Fesporte leve para frente essa ideia”, destaca. Em algumas escolas do Brasil, há mais de cinco anos é analisado o uso de videogame e o impacto nos estudantes são claros: autoestima, imagem corporal, estímulo da memória, coordenação motora, antropometria de crianças com sobrepeso/obesidade.
Em vista disso, o diretor-presidente da FME, Luis Ernani Buerger, relembra que Tubarão foi pioneira nos esportes eletrônicos, inserindo nos Jogos Estudantis de Tubarão (Jetuba) o Game Soccer, na época que Manoel Bertoncini era prefeito da Cidade Azul. “Quando lançamos teve bastante críticas. Diziam que os jogos eletrônicos não poderia ser considerado esporte. Eu questionei. Como que não é? Envolve muito raciocínio lógico, cognitivo e outros fatores”, destaca. Nesta gestão da prefeitura, com o prefeito Joares Ponticelli e o vice Caio Tokarski permitiram e incentivaram o retorno da modalidade virtual para o Jetuba.