Avante Tubarão: o futsal masculino da Cidade Azul sobre uma ótica diferente

No fundo da quadra, o jogador encostado no alambrado da Arena Multiuso. Com a cabeça baixa, Serginho pensava sobre a bola que poderia ter balançado as redes e colocado o Tubarão Futsal nas semifinais da Liga Nacional. “Fiquei chateado talvez pelo lance do jogo ter passado no meu pé”, relata o camisa 14. Ele, que também não ficou feliz com o resultado da final dos Jogos Abertos, quatro dias antes. E quem ficaria? Qualquer atleta, dirigente ou técnico, no esporte de alto rendimento, busca a vitória, novos títulos e medalhas.


Mas, o ser humano não está no controle de tudo para alcançar o pódio. A idade interfere na recuperação física solícita de um jogador com aos seus 38 anos. A arbitragem, por mais justa que procure ser, também erra ao marcar um pênalti, ao deixar passar aquela falta de tiro livre.

 

É fato. Por detalhes, o grito de campeão do JASC ficou entalado na última quarta-feira (6). Por detalhes, o grito de classificado na Liga foi deixado para – quem sabe – o próximo ano no último domingo (10). Contudo, a história escrita pelo futsal masculino no cenário esportivo da Cidade Azul, apesar das duas últimas derrotas, precisa ser lembrada e, acima de tudo, aplaudida – como já fizeram os mais de três mil torcedores que estiverem presentes na Arena.

 

Como diz o jogador Pakito, o trabalho desenvolvido não ficou pronto da noite para o dia. “Foram degraus construídos, muitas vezes de pedras”, completa. Porém a luta diária unida ao planejamento feito por pessoas que correram atrás e fizeram acontecer, tornaram o Tubarão Futsal conhecido, admirado e respeitado em diversos ginásios de diferentes cidades e estados do Brasil. As cores tubaronenses na camisa empoderem quem as veste – até aqueles que a vestiram pela primeira vez. “Foi uma honra vestir esse manto”, descreve Lukinhas, camisa 55 do elenco do JASC.

 

Imagine então para quem está junto do time a mais de dez anos, como o presidente Eduardo Rigotti. Este que fez parte do cerne da ADFT, participando desde quando a associação só disputava as categorias de base, com auxílio dos pais, vivendo atualmente o sonho de encarar a Liga de frente, com competitividade e liderança. “Não somos mais apenas a equipe que se contenta em disputar a Liga. Entramos para competir, disputamos cada jogo, somos reconhecidos e respeitados em todos os grandes ginásios do País. Somos muito grandes e temos o direito de sonhar ainda mais alto. E sabemos que nossa cidade sonha com a gente, há muito tempo”, destaca.

 

E a Cidade Azul continua a sonhar e a vestir o manto azulado, torcendo para o time chegar na final do Estadual. Na busca pelo bicampeonato, os jogadores se preparam para as semifinais da competição contra Joinville, em duelo de ida e volta, até então agendados para acontecer nos dias 20 e 27. É tudo ou nada, sem receio. Mesmo com – possivelmente – alguns desfalques, o preparador físico Fabiano Silva garante “estamos prontos, com um time forte fisicamente”. E, assim, de cabeça erguida, a equipe segue firme. Depois de um trabalho recuperativo, voltam a treinar neste sábado (16) e domingo (17). Embora entenderam que há variáveis fora do controle, continuam, seguem “fazendo história a cada ano, deixando a cidade apaixonada ainda mais pelo futsal”, finaliza Serginho. Avante Tubarão!