Tubarão já soma 15 medalhas nos Parajasc
“É bom chorar de alegria”. Com os olhos cheios de lágrimas, foi essa a expressão que Rosane Floriano usou para definir o sentimento de colocar no peito a primeira medalha de Tubarão nos Parajasc deste ano. Ao estrear na competição nesta quarta-feira (16), fez bonito e foi a grande campeã dos 100 metros rasos no atletismo. A velocista, que teve o braço direito amputado aos sete meses de vida, após o bercinho ter pegado fogo, ainda conquistou mais duas medalhas de ouro nos 200 e 400 metros. Todas as provas foram disputadas na classe T46, nesta que Evandro Faustina também pôde brilhar. Mesmo sem experiência, não subestimou o potencial em nenhum momento, cruzando a linha de chegada para ser o grande campeão dos 800 metros e terceiro colocado nos 400 metros. “Venci a mim mesmo”, comemora. Ele perdeu o braço esquerdo em um acidente de trabalho.
No atletismo, teve mais dois deficientes físicos superando os limites. O paratleta Junior Freitas, vice-campeão no arremesso de peso e lançamento de dardo F37, além de obter medalha de bronze no lançamento de disco F37, e Bianca Cruz, medalha de prata nos 800 metros T37. Quando chegou a vez de quem compete quase – ou totalmente – às cegas, a Cidade Azul colocou mais três vitórias na conta. Campeão do lançamento de disco, Tadeu Rech é autodidata, mas para colocar no peito a medalha de ouro precisou ter os ouvidos atentos à voz da treinadora Aline Crescêncio. “Levo até dentro do setor e o posiciono. Depois fico na frente dele e grito “nessa direção”. Assim, ele se localiza e lança”, explica a técnica. Outro destaque nos deficientes visuais foi Pedro Rogério, bronze nos 800 e 1500 metros FT13.
O coordenador de eventos da Fundação Municipal de Esporte André Luiz, que acompanhou de perto o esforço de cada tubaronense, revela a importância de incentivar cada vez mais o paradesporto da Cidade Azul. “Ver a superação de cada atleta é gratificante. Cada um está dando tudo de si para colocar nosso município no pódio. No final, o mais importante não são as medalhas, mas a vontade de superar seus limites. Isso que nos emociona”, relata.
Bocha Rafa Vollo
Quatro jogos. Duas vitórias. Duas derrotas Esse foi o desempenho dos trios feminino e masculino na Bocha Rafa Vollo, resultado que os fez chegar às quartas de final da modalidade. Contanto, para alcançar o triunfo, desafios precisaram ser enfrentados. Primeiro cada paratleta teve que aprender a lidar com a derrota do primeiro jogo e transformá-la no impulso de motivação para encarar as outras duas partidas. Depois, a concentração foi indispensável. Entre acertos e erros para chegar perto do bolim, conseguiram efetivar o objetivo, superar o adversário e passar para a próxima fase, da qual acabaram sendo eliminados nesta sexta-feira (18).
Bocha Paralímpica
Sobre a cadeira de rodas, simplicidade e alegria. Por onde passava, Priscila de Souza Gonçalves esbanjava sorrisos ao rever os amigos na Arena da Bocha Paralímpica, modalidade dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina, os Parajasc. A paratleta chegou às quartas de final da estadual, mas acabou perdendo para o campeão nacional de Balneário Camboriú. “Ela fez bons jogos. Só não teve sorte no cruzamento. Tínhamos potencial para chegar até a final”, observa Manuela Zapelini, treinadora da paratleta. A mãe Vera Lúcia é que também merece destaque. Ajudando a filha desde o banho, escovar os dentes, almoçar, entre outras tarefas diárias, ela é peça fundamental para Priscila continuar firme no caminho esportivo.
Tênis de Mesa
Com a raquete na mão, Wallasse da Silva chegou perto de fazer história no tênis de mesa paradesportivo. As mãos ágeis e o talento esportivo ajudaram a conquistar três vitórias por 3 sets a 0, sendo que uma foi de WO. Ele foi derrotado somente nesta quinta-feira (17), quando o oponente de Timbó acabou se sobressaindo, o vencendo por 3 sets a 0. “O resultado foi muito significativo, afinal é o primeiro Parajasc dele. No último jogo encontramos dificuldade, um oponente forte, mas serviu de experiência”, destaca a treinadora Rafaela Costa.