Sancionada lei que cria o Dia do Ferroviário
Além do Rio Tubarão, a Cidade Azul é conhecida também pela Ferrovia Tereza Cristina. E para homenagear os trabalhadores ferroviários e a importância de seu trabalho para o desenvolvimento do município, foi sancionado nesta quarta-feira (30) a Lei do Dia do Ferroviário.
A proposta é do vereador Paulo Henrique Lúcio e foi aprovada na segunda-feira (28) na Câmara de Vereadores e fixa o Dia Municipal do Ferroviário em 30 de abril. “O dia 30 é Dia Nacional dos Ferroviários e agora Tubarão também terá esta data. O objetivo da lei é que este dia seja um momento de reflexão, de debates, de exposição e de comemorar a memória da ferrovia e dos ferroviários em Tubarão”, afirma o vereador Paulão.
A sanção ocorreu na Sala de Atos da prefeitura e contou com a presença de representantes da Ferrovia Tereza Cristina, do Museu Ferroviário,do Sindicato dos Ferroviários e trabalhadores, entre eles Fernando das Neves. “Na minha família nós somos a quarta geração de ferroviários. Meu bisavô trabalho como pedreiro, construindo as oficinas dos trens. Meu avô também trabalhou na Rede Ferroviária, meu pai era auxiliar de maquinista e eu entrei como auxiliar de maquinista e cheguei a maquinista. Meu irmão também trabalhaou como ferroviário. Esta é a nossa paixão”, conta Fernando.
Durante a solenidade, o vereador Paulão, que também é professor de História, fez um histórico da instação da ferrovia em Tubarão. “O dia 30 de abril é o Dia do Ferroviário pois foi neste dia que o imperador Dom Pedro II inaugurou o primeiro trecho de ferrovia em 1854. Trinta anos depois, era inaugurada a Ferrovia Dona Thereza Cristina com o objetivo de transportar o carvão das minas de Lauro Müller para os portos e mais tarde para o Lavadouro de Capivari, sendo utilizado para a produção de energia elétrica. Tubarão se desenvolveu e muito com a construção da ferrovia. Praticamente todas as famílias tinham integrantes que eram ferroviários. Meu pai também é ferroviário aposentado”, lembra Paulão.
Além da importância histórica, a expectativa é que a ferrovia também desempenhe um papel fundamental para o desenvolvimento futuro do município. “Com a expansão da malha ferroviária com a construção da Ferrovia Litorânea as expectativas são muito boas e de um grande crescimento econômico com a expansão do modal”, observa o gerente da Divisão de Administração Corporativa da Ferrovia Tereza Cristina Gilberto Machado.
O prefeito Olavio Falchetti elogiou a iniciativa do vereador Paulão e agradeceu a todos os ferroviários pelos trabalhos prestados. “É com muita satisfação que eu sanciono a lei. Meu pai sempre falava muito bem da Ferrovia Tereza Cristina e dos trabalhadores, por todos os serviços que eles realizam e com certeza continuarão a fazer”, afirma Olavio.
Vida de ferroviário – A história do aposentado Joaquim Serafim Mota, 92 anos, se confunde com a da própria Ferrovia Tereza Cristina. Ele começou a trabalhar na ferrovia quando tinha 23 anos. “Eu trabalhei como ferreiro por 25 anos. A ferrovia era a minha segunda casa”, conta o aposentado que participou representantando os antigos ferroviários na solenidade de sanção da lei.
Segundo Joaquim, uma das melhores lembranças do tempo de ferroviário são as amizades. “Era um grupo muito unido. Muitas famílias trabalhavam juntas. Moramos muitos anos no bairro de Oficinas e a maioria dos vizinhos eram da ferrovia. Era muito divertido trabalhar, éramos todos amigos”, relembra.
A história da ferrovia é tão marcante em Tubarão que um dos principais bairros leva o nome de Oficinas em decorrência de sedir as oficinas dos trens. “Grande parte dos moradores do bairro trabalhavam na ferrovia. Dentro do bairro, uma das ruas é dedicada aos ferroviários. A via ganhou este nome pois era o acesso às oficinas dos trens e era por ali que os trabalhadores vinham, muitos a pé, outros de bicicleta. A ferrovia é tão marcante para o bairro que a igreja de Oficinas é dedicada à São José e conhecida como São José Operário e em grande parte, foi construída por voluntários que eram ferroviários”, conta o vereador Paulão.
Amanda Menger/PMT