Transferência de locomotiva do Museu Ferroviário será discutida nesta segunda-feira (3), em Sessão da Câmara de Vereadores

A prefeitura de Tubarão encaminhou, em regime de urgência, à Câmara de Vereadores, o Projeto de Lei no 076, que dispõe sobre a preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural do Município de Tubarão e cria o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e institui o Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural de Tubarão.

 

O projeto será votado nesta segunda-feira (3), a partir das 19 horas, durante a Sessão Ordinária do Poder Legislativo Municipal. O objetivo da prefeitura é que todo o acervo do Museu Ferroviário seja tombado pelo Patrimônio Histórico, assim como demais obras e objetos com cunho patrimonial e histórico relevante para a cidade e que por ventura sejam alvo de situações como a que vive atualmente a locomotiva cobiçada pela cidade de Miguel Pereira, no estado do Rio de Janeiro.

 

Ressalta-se, entretanto, que mesmo o tombamento sendo aprovado nesta sessão, a medida pode não ser suficiente para evitar a retirada da locomotiva, mas levaria a questão às esferas judiciais. “Criaremos uma forte dificuldade para eles, pois teriam que brigar na Justiça”, avaliou o vereador Maurício da Silva, defensor do Projeto de Lei.

 

 

 

ENTENDA A HISTÓRIA – Todo este imbróglio teve início após uma visita do prefeito de Miguel Pereira, André Português, ao Museu Ferroviário de Tubarão, realizada há cerca de um mês, quando ele se encantou com a locomotiva Baldwin 53, fabricada em 1920, e que realizava o transporte de passageiros na região. Esta peça é única, e foi inclusive restaurada pela equipe do museu, uma vez que chegou em estado de conservação inadequado.

 

Para surpresa da instituição tubaronense, um ofício, contendo uma cópia do Diário Oficial da União, chegou às mãos dos responsáveis pelo Museu, onde era tratado um termo de cessão de uso da máquina à cidade fluminense. Uma vez que todo o acervo é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), a transferência poderia acontecer sem interferências.

 

A locomotiva, mesmo restaurada, não funciona, ao contrário de duas outras máquinas que estão no acervo do Museu Ferroviário, que se encontram prontas para uso. Uma delas foi, inclusive, oferecida às autoridades de Miguel Pereira no lugar da Baldwin 53, juntamente a uma contrapartida de R$ 200 mil pelo serviço de restauração. No entanto, a proposta não foi aceita.

 

Desta forma, a locomotiva pode, a qualquer momento, ser levada da Cidade Azul.