CEI Chapeuzinho Vermelho é exemplo de inovação em contação de histórias

Um livro infantil, muitas vezes, conta mais que uma história. Nas entrelinhas há lições de moral, exemplos bons e ruins, além de uma diferenciação clara entre o bem e o mal. Por isso, o incentivo ao hábito da leitura deve começar desde os primeiros anos de vida da criança. A literatura infantil é uma porta de entrada para o crescimento e o amadurecimento da mesma.


    Exemplo disso são os Centros de Educação Infantil, que trabalham os livros infantis com as crianças desde o primeiro ano de vida. No bairro Monte Castelo, o CEI Chapeuzinho Vermelho é destaque no quesito inovação na contação de histórias: “Nós começamos com a contação da história Chapeuzinho, aí dependendo da idade, diferenciamos a maneira de apresentá-la à criança” explica a diretora do CEI, Mirian Rodrigues de Oliveira. “Quando são mais jovens, fazemos teatros com fantoches e usamos o avental da historinha. Já para as mais velhas, até os 5 anos, entregamos a ‘Maleta Viajante’, que elas levam para casa”.


    A ‘Maleta Viajante’ é uma caixa na qual as crianças colocam um ou dois livros para os pais lerem em casa. O objetivo dessa troca é, justamente, aumentar a integração entre o CEI e a família, o que tem rendido bons frutos. A secretária do CEI, Rosiane Zanelato Zaboti, conta que os pais participam mesmo das atividades: “A última história que trabalhamos foi ‘A Borboleta sem Asas’, que falava de uma borboleta que precisava de ajuda para voar. As crianças levaram borboletinhas de papel pra casa e, junto dos pais, escreveram o que aprenderam com ela. Algumas falaram da importância da amizade e outras da união e solidariedade”, relembra a secretária.


    Rosiane conta ainda que, no fundo, os temas abordados ensinam muito mais que o hábito de leitura. Com a história ‘A Arca de Noé’, por exemplo, as crianças aprenderam sobre os animais, e também sobre a diversidade na formação das famílias. Já com outros livros, tiveram consciência do meio ambiente e da reciclagem. “Às vezes eles estão na disputa por um brinquedo, querem puxar, querem morder e eu falo: “Não! Lembra da historinha?” E eles conseguem, já cedo, avaliar as próprias atitudes para com o outro”.


    Opinião que vai de acordo com o que diz a professora do CEI, Paula de Faveri Gonçalves. Lecionando para as turmas Creche 4 e Pré 1, Paula é a criadora de um projeto que leva livros para a casa das crianças quinzenalmente: “Depois que eles leem eu faço um questionário para ‘diagnosticar’ o que cada uma aprendeu. Eu percebo que a leitura desenvolve a criatividade, a autonomia, a atenção e, principalmente, a imaginação dos pequenos”, relata a professora.


    No total, o CEI Chapeuzinho Vermelho atende sete turmas, com crianças com idade entre 1 e 5 anos. Terminadas as atividades envolvendo ‘A Borboleta sem Asas’, as professoras celebrarão o Dia Mundial do Livro Infantil (2 de abril) contando ‘O Coelhinho Infeliz’, uma história sobre indiferença.