Ouro em dose tripla! Boxe tubaronense vence três lutas no maior evento de boxe olímpico do Sul do Brasil

Olho no olho, atleta e técnico entram em conexão. Um momento sagrado, antes da competição. Entre os dois é um instante de muita atenção, sem distrações. Foi neste momento que o treinador de Tubarão, Gabriel de Bona, revelou a estratégia do combate para este sábado (22), em Balneário Camboriú. “Quero que tu cerque o adversário, pegue as aberturas, e faça golpes retos, na linha da cintura”, revelou ao boxeador Gustavo Rodolfo, o Guga, na iminência de subir no ringue. O pugilista estava ansioso, afinal, há mais de um ano não competia. Mas não havia medo. Com saudade da sensação que só uma disputa proporciona, sobrava sede de vencer o oponente.

 

O som do gongo soou. “Boxe!”, a árbitra Michelle Burigo falou. A luta foi acirrada, mas a vitória para a Cidade Azul consagrada. Por decisão unânime sobre o adversário Flavio Schuller (Florianópolis), vitória para o pugilista Guga, no maior evento de boxe olímpico do Sul do país: o Cinturão de Ouro. Quem também venceu foi seu irmão gêmeo, Guilherme Rodolfo, na luta contra Rafael Smith (Joinville). Com uma faixa identifica na cabeça, colocaram a medalha de ouro no peito, e esbanjaram estilo e alegria. “Essa vitória é para o nosso pai, que nunca deixou de acreditar na gente, e para todos que nos apoiam. O primeiro passo é sempre acreditar, mas contar com boas pessoas ao redor, faz toda a diferente”, destaca Guga.

 

Ainda no card principal, a De Bona Boxing deu mais um motivo para o tubaronense se alegrar com o boxe neste fim de semana, quando o experiente atleta Luís Araújo ganhou a última luta do dia. O rival foi Fábio Henrique, que lutava em casa e prometeu nocauteá-lo. Mas luta é luta. O desempenho físico e técnico, aliado a precisa leitura de jogo do oponente, foram essenciais para colocar mais um título na carreira de Luís. “Dei meu melhor dentro do ringue e, agora, é focar nas próximas competições, na certeza de que a melhor aliada, é a dedicação diária”, completa o atleta. Os pugilistas recebem o apoio da Fundação Municipal de Esporte de Tubarão, com hidratação, alimentação, transporte e uniforme.

 

Não é um nocaute

 

No que diz respeito aos resultados, Tubarão teve duas derrotas – e muitos aprendizados. Antes do confronto, o rosto de Rofferson Izidoro estava com uma expressão fechada, reflexo de uma mente focada. “Não tenho medo de lutar, e sim do boxe que treinei não conseguir mostrar”, confessa, perante a segunda luta da carreira, que estava prestes a encarar. E foi o que aconteceu. Roff esperava uma postura do adversário, e se deparou com outra. “Foi o que me desestabilizou”, revela. Aquela expressão de vigor se transformou em tristeza para o boxeador de 14 anos, quando anunciaram que Wesley Salgado (São Francisco do Sul) foi o vencedor da luta.

Mas a sensação de derrota não é como um nocaute. Ela se aproxima de um golpe na boca do estômago… É desconfortável, mas mantém o atleta acordado. Foi assim para o Roff, e para Vinícius Silva, também atleta do clube De Bona Boxing, superado nos ringues pelo pugilista profissional Lucas Javier. Os dois boxeadores da equipe de Tubarão se uniram não só no mesmo sentimento, como no sentimento de pertencimento. “Somos espelhos um do outro, não só porque a gente tem o mesmo sonho, mas porque realmente consigo ver nele, eu na minha infância, e ele se enxerga em mim daqui poucos anos. É muito bom ter esse sentimento, essa convivência, porque é uma troca genuína e que faz a diferença”, finaliza Vinicius.

 

Informações: Assessoria de Comunicação/ De Bona Boxing.