Cuidados essenciais no período pós-chuvas
Períodos de inundações, enxurradas e alagamentos podem levar ao aumento da ocorrência de doenças infecciosas (respiratórias e de transmissão hídrica e alimentar) e agravamento das doenças crônicas e de transmissão por vetores, assim como os acidentes por animais peçonhentos. Os desastres de origem hidrológica podem propagar algumas doenças facilmente em decorrência da contaminação da água e dos alimentos.
Doenças Diarreicas
A ingestão de água contaminada pode causar doenças como a cólera, diarreia, febre tifoide, hepatite tipo A, giardíase, amebíase, verminoses, entre outras. Por isso, orientamos a não consumir alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmido, mofado, murcho). Não consumir alimentos como leite, carne, peixe, frango e ovos, crus ou mal cozidos, principalmente aqueles que entraram em contato com a água de enchente. Não consumir frutas, verduras e legumes estragados ou escurecidos que entraram em contato com a água de enchente.
Leptospirose
Uma das principais ocorrências epidemiológicas após as inundações é a Leptospirose, transmitida aos seres humanos pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais portadores da bactéria leptospira, principalmente roedores domésticos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos). Este contato ocorre durante e imediatamente após as enchentes, quando as pessoas retornam a suas residências e procedem à limpeza e remoção da lama e outros detritos. Pessoas que trabalham na limpeza de ambientes que contenham lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas (se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Após as águas baixarem, deve-se proceder à limpeza da lama residual das enchentes e à desinfecção de domicílios com solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), diluída em água, na proporção de 2 copos (400 mL) para 20 litros de água. Esta solução elimina a leptospira, diminuindo de maneira considerável as chances de infecção.
Os sintomas variam desde febre alta, cefaleia, náuseas e vômitos, dor atrás dos olhos, dores musculares principalmente dor na panturrilha, até quadros mais graves, podendo ocorrer icterícia.
Dengue
Com as chuvas intensas registradas nos últimos dias, os recipientes que podem acumular água e estão no ambiente se tornam locais oportunos para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, por isso, é necessário que redobrem os cuidados eliminando os locais com água parada.
Os sintomas da dengue são: febre, cefaleia, mialgias, dores nas articulações, dor retro-orbital (dor atrás dos olhos), náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele, dor abdominal contínua, vômitos persistentes.
Tétano
As inundações propiciam a ocorrência de acidentes com ferimentos, levando ao aumento do risco de contaminação pelo bacilo do tétano, o qual está presente na natureza, no solo, na poeira e nas fezes de alguns animais, orientamos para que todas as pessoas (crianças e adultos), que ao sofrerem ferimentos recebam avaliação clínica por profissionais de saúde para que receba os cuidados necessários de limpeza e antissepsia. Verifique a situação vacinal contra o tétano, procure a sala de vacina mais próxima, não deixe para depois. Importante salientar que em caso de qualquer sinal e sintoma de doenças diarreicas, leptospirose e dengue procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa ou a Policlínica Central.