Nostalgia marca a visita da comunidade ao edifício Visconde de Mauá
Reformado e adaptado para receber o Centro de Educação Infantil (CEI) Thereza da Silva Rosendo, o edifício onde durante décadas funcionou o colégio Visconde de Mauá teve, nesta quarta-feira (17), uma tarde de nostalgia com a visita de antigos alunos, professores, diretoras e funcionários. A nova escola será inaugurada com a presença de alunos em fevereiro de 2022, mas a visita desta tarde serviu como uma viagem de volta ao tempo, com relatos e histórias emocionantes.
A visita de apresentação das novas instalações do agora edifício Visconde de Mauá, inaugurado em 18 de abril de 1943, reuniu dezenas de pessoas, entre elas familiares de Thereza Rosendo, que foi professora do antigo Mauá. O ato formal, antes da visita, ocorreu no refeitório – tradicional espaço revitalizado e que por manter as características originais fez o médico pediatra Arary Cardoso Bittencourt recordar alguns momentos especiais de quando ali estudou ainda criança.
“Estudei aqui por seis anos, desde o Primário até o Complementar. Certa vez no recreio, aqui mesmo no refeitório, deixei pela metade uma caneca com feijão e a diretora Yolanda Genovez ficou muito brava, mas ela nunca conseguiu descobrir quem foi que havia abandonado a caneca daquele jeito”, lembra Arary.
Impressionada com o colorido e com a modernidade do novo educandário, dona Iva de Souza, de 76 anos, recordou quando estudou na antiga escola, onde retornou tempos depois para ser funcionária e professora. Enquanto estudante, conheceu o colega Aurélio do Livramento, que veio a ser seu companheiro de vida durante 54 anos até seu falecimento, há dois meses.
“Ele já gostava de mim desde criança, mas bem depois namoramos. Quando voltei para o Mauá para trabalhar eu tinha as chaves de todas as portas da escola”, relata dona Iva, que entre o período de estudante e depois como professora e secretária esteve no prédio da esquina da rua dos Ferroviários com a Altamiro Guimarães por mais de 25 anos.
Outra pessoa que fez um discurso emocionado na visita de apresentação do novo educandário foi Ivanete Estevão, diretora do Mauá em 2015, quando a escola foi fechada. Ali ela também foi aluna, secretária e professora. “Quando soubemos que o Mauá seria desativado parece que tudo aquilo desabou sobre nós, mas felizmente toda a estrutura foi preservada e depois revitalizada, tornando-se um lugar muito lindo. O Mauá foi reinventado”, disse.
Neta da mulher que dá nome ao novo CEI, Rosana Rosendo Mendonça também falou sobre a homenagem póstuma à antiga professora.
“É uma homenagem mais do que merecida por todos os serviços prestados por ela para a Educação de Tubarão”, disse Rosana.
Para o diretor-presidente da Fundação Municipal de Educação Maurício da Silva, tanto a nova fase do Mauá que está para ser iniciada quanto a antiga são marcos importantes para a cidade. “O antigo Mauá cumpriu bem sua missão. Daqui saíram cidadãos que contribuíram de maneira grandiosa com a cidade, como o doutor Arary, médico dos meus filhos e agora dos meus netos. E como uma escola infantil que será, vai ajudar nessa missão que poucas cidades do porte de Tubarão conseguem desempenhar, que é manter zerada a fila de espera por uma vaga na creche”, ressaltou.
Depois de ouvir tantos relatos e recordações, o prefeito Joares Ponticelli reafirmou que revitalizar a escola em vez de construir uma nova foi uma decisão acertada. “Isso aqui é a história da Zofa. Qual família não tem alguém com alguma história para contar sobre essa escola? Depois da ferrovia, o Mauá é o mais importante patrimônio histórico do bairro de Oficinas”, destacou o prefeito.