Setembro Amarelo: debater para prevenir
Um novo mês iniciou e com ele o período mais efetivo de mobilização em prol da valorização da vida. O mês de setembro, conhecido como Setembro Amarelo, foi instituído com o propósito de conscientizar a população acerca dos transtornos mentais, além de enfatizar com mais efetividade a prevenção ao suicídio.
Durante muito tempo o debate sobre transtornos mentais foi estigmatizado e tratado como um tabu. Todavia, eles são doenças silenciosas que, muitas vezes, demandam uma atenção especial, efetiva e imediata. “A disseminação de informação apropriada e conscientização de toda a sociedade sobre esse tema é muito importante. O medo e o receio de falar sobre acaba por muitas vezes sendo considerado um grande desafio”, salienta a psicóloga do CAPS II, Camille A. Félix.
O suicídio, na maioria das vezes, é consequência desses transtornos e acontecem a cada 40 segundos no mundo. Ou seja, em um ano, cerca de 800 mil pessoas perdem a vida desta maneira, segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no ano de 2018. “Precisamos falar. Precisamos incentivar as pessoas a falarem sobre o que sentem. Além disso, é necessário que a gente discuta também sobre um dos principais fatores de risco para o suicídio em todo mundo e que cada vez mais acomete as pessoas, que é a depressão”, enfatiza a psicóloga.
Uma vez que o sofrimento mental é um grave problema de saúde pública, precisamos ficar atentos, pois este pode, muitas vezes, ser evitado. De acordo com a OMS, 90% dos suicídios podem ser prevenidos. A campanha “Setembro Amarelo: é preciso agir”, da Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com outros órgãos de saúde, disponibiliza uma série de materiais sobre o assunto e indica, através de conteúdos acessíveis, como identificar problemas relativos à saúde mental e a consequente procura por ajuda. Para fazer parte deste movimento e entender como agir no auxílio de alguém que esteja passando por isso, clique aqui e conheça a campanha.
Procurando ajuda
No município de Tubarão, o acompanhamento e tratamento são ofertados pela Atenção Psicossocial, por meio do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS II), que é responsável pelos transtornos mentais e sofrimento psíquico; e pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), que é destinado ao sofrimento psíquico e aos cuidados com uso abusivo de álcool e drogas. Estes serviços são compostos por uma equipe multidisciplinar, entre médicos, psiquiatras, psicólogos, farmacêutica, enfermeira, assistentes sociais, artesãs e técnicos de enfermagem. “Também contamos os profissionais psiquiatras que atendem via sistema de regulação, na Policlínica Central”, completa a profissional.
O CAPS de Tubarão realiza cerca de 300 a 350 atendimentos mensais, entre todos os serviços. No entanto, há casos em que a vítima de transtornos mentais não consegue identificar a necessidade de procurar ajuda e, por isso, é necessário que a família e os amigos estejam atentos aos sinais. Diminuição de autocuidado, mudança na alimentação, mudanças no hábito de sono, crescente isolamento de familiares e amigos, diminuição do rendimento escolar ou no trabalho, expressão de ideias ou intenções suicidas e falta de esperança são alguns dos sinais que devem ser considerados alertas.