Diante de 111 clubes, a Associação Impacto brilhou e foi a grande campeã no Campeonato Brasileiro
O que acontece quando a preparação encontra a oportunidade? Quem responde a pergunta com propriedade é a equipe de karatê tubaronense. Na Cidade Azul, ano após ano, o elenco é exemplo de treinamento, continuidade e resultados – e neste fim de semana não desapontou. Fez história! “Fomos campeões brasileiros no geral por clubes, com 111 times na disputa”, comemora o sensei Fabrício de Souza. Com apenas 29 karatecas, contra 83 do grupo vice-campeão, os tubaronenses colocaram a bandeira da cidade e de Santa Catarina no lugar mais alto do pódio no Campeonato Brasileiro, disputado em Natal, Rio Grande do Norte.
Diferente das demais competições, o critério para atingir o feito foi diferente. “O que vale é o número de medalhas douradas, e não a quantidade geral. Nós ficamos com 13 de ouro e a segunda colocada com 12”, explica o treinador, que teve mais conquistas para festejar diante dos tatames. Além das vitórias no Campeonato Brasileiro, nove categorias serão ocupadas pela Associação Impacto na Seleção Brasileira. Os atletas classificados foram Anabel, Alice e Laura Losekann, Ana Luiza, Renan, Miguel, Caio e Caroline.
Derrota com sabor de vitória
No esporte é essencial saber lidar com a derrota. Enquanto para alguns ela é sinônimo de desânimo, outros a transformam na motivação necessária para voltar ainda mais forte ao ambiente competitivo. Foi exatamente isso que Nícolas de Souza fez quando sofreu um acidente de trânsito e quebrou a clavícula em 4 lugares. Mesmo impedido de treinar, a única vontade era clara: “quero voltar a fazer o que mais amo o mais rápido o possível”, declarou em uma rede social. E quem o visse triste no dia 13 de fevereiro deste ano, não conseguiria mensurar a força que o menino tinha dentro de si – nem mesmo os pais: Fabrício de Souza e Márcia Marcos, ambos senseis e atletas.
De perto, os dois anciões puderam ver a garra do atleta que lutou apenas com um braço na Seletiva para a Seleção Brasileira, durante o fim de semana. “Ele lutou, fez uma grande luta, com garra, disposição, técnica, foi um verdadeiro guerreiro”, ressalta orgulhoso o pai Fabrício. Este que sentiu e vibrou a cada segundo com o filho nos tatames. “Cada golpe na luta eu sofria ao ver a dor dele, mas incentivava e tentava ajudá-lo, dentro do possível”, revela. E apesar da vitória não vir, a derrota teve sabor de uma. “Fiquei grato pela luta que fiz. A pergunta que agora faço para todos é: até onde você iria para continuar seu sonho?”, indaga o atleta.
O esporte transcende ao pódio. Nem sempre é preciso chegar ao pódio para sentir o que é ser um campeão.