Obras de Willy Zumblick ajudam na reinserção social de pacientes com doenças mentais
Os participantes do projeto de extensão da Unisul, ‘Amigos da Saúde Mental’, realizaram, na última semana, uma visita ao Centro Municipal de Cultura (Museu Willy Zumblick). A visita é parte do projeto de reinserção social, em que os acadêmicos de psicologia levam pacientes com diferentes doenças mentais para conhecer a parte cultural da cidade. Na oportunidade, os monitores do museu, Geraldo Corrêa e Rachel Reis, explicaram, como de costume, as obras do artista pelos pontos de vista histórico e estético.
“Nós sempre fazemos assim nas visitas assistidas”, conta Geraldo, colaborador do museu. “Se tratando da Festa do Divino Espírito Santo, um tema recorrente nas pinturas do Zumblick, nós mostramos de onde a festa veio, porque ela acontecia e se ela ainda ocorre na região (parte histórica). Já na parte estética, analisamos as tintas escolhidas, a claridade da obra e os traços que eram característicos do artista”.
Segundo Geraldo, das 182 obras (aproximadamente) de Willy Zumblick, sete retratam a festa do Divino Espírito Santo. Como é um tema alegre, festivo, as cores escolhidas acompanham a vivacidade do evento. Já com temas obscuros, como a Guerra do Contestado e a enchente de 1974, Willy Zumblick usou cores adormecidas. “Um traço muito bacana do artista é o contorno mais claro, que percebemos ao redor das pessoas e objetos. Ele fazia isso para que a história saísse um pouco da tela”, analisa Geraldo.
O reconhecimento das técnicas do autor ajudam os pacientes a desenvolver as próprias técnicas. Por isso que, de acordo com a psicóloga Tatiana Felácio Oliveira, esse contato com a cultura é fundamental. “Ao visitarem esses lugares, isso pode despertar nessas pessoas algum tipo de aptidão que elas próprias têm. Além de promover o entretenimento e a cultura, isso provoca uma injeção de ânimo, de motivação e de estímulo, que aumenta até a autonomia”.
A maior parte do acervo de Willy Zumblick pertence a coleções particulares e proprietários dispersos. Mas 72 telas, especialmente escolhidas pelo artista, estão expostas permanentemente no museu para o público. O Centro Municipal de Cultura funciona das 13 às 22 horas, nas segundas, quartas e sextas-feiras; e a partir das 7h30min nas terças e quintas-feiras.