Tubaronenses prestam últimas homenagens a Ângelo Zabot
Os tubaronenses pararam, nesta quarta-feira (29), para se despedir de Ângelo Zabot. O popular Con faleceu na terça-feira (28), em casa. Há alguns anos, ele sofria com problemas cardíacos, que acabaram provocando complicações renais.
A notícia do falecimento de Con comoveu os tubaronenses, que fizeram questão de demonstrar seu carinho e prestar as últimas homenagens ao ilustre cidadão, que era respeitado por pessoas de todas as classes sociais.
O jeito irreverente e autêntico de ser, escondia a docilidade de uma pessoa que não media esforços para ajudar os mais necessitados. “Muitas pessoas vieram me abraçar, contar histórias de meu pai e agradecer a ajuda que ele deu. Ele era de poucas palavras, mas tinha muitas atitudes. Ajudava a todos, mesmo os que queriam o seu mal. Meu pai era bondoso, generoso e tudo perdoava”, lembrou Thiago Zabot, na fala que fez durante a missa de corpo presente.
E durante todo o velório foi assim. Muitas pessoas fizeram questão de levar a última homenagem ao esportista, homem público, amigo de todos. As manifestações de carinho e solidariedade à família se estenderam à missa realizada na Igreja Matriz de Oficinas, lugar no qual Ângelo Zabot nasceu e escolheu para criar sua família. Familiares, autoridades políticas, servidores públicos e pessoas da comunidade lotaram a igreja.
No semblante de cada um, era refletido um misto de saudade e boas recordações, pois ao lado dele ninguém ficava triste e entre uma conversa e outra sempre surgiam muitos sorrisos e uma boa história para contar.
Aliás, o sorriso largo, a voz forte e imponente, e a vontade de ajudar ao próximo, suas grandes marcas, nunca passaram indiferente aos que o conheceram. “O Con era, algumas vezes, irresponsavelmente bom, excessivamente bom. Ele fazia política na sua essência.
Se doava, se entregava plenamente e deixa um grande legado, não só para a família, mas para todos os tubaronenses. Ele imprimia intensidade em tudo que fazia. Foi um grande vereador, prefeito, um grande esportista, um grande amigo”, frisou o prefeito Joares Ponticelli.
Na homenagem que prestou na missa, Ponticelli revelou à família a intenção de imortalizar o nome de Ângelo Zabot. “Quero que a primeira obra executada por nós, leve o nome Ângelo Zabot, para que não esqueçamos nunca do seu legado. Sugiro, que a passarela de concreto, que vai ligar Oficinas ao Dehon, obra que ele tanto questionava, possa imortalizar o nome de um grande tubaronense, de um grande cidadão, de um grande amigo de nossa cidade”, propôs.
Depois da missa, o corpo de Ângelo Zabot foi conduzido pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, pelas principais ruas do bairro Oficinas. Defronte ao estádio Domingos Gonzales, o cortejo parou para acompanhar a queima de fogos. Balões foram soltos, colorindo o céu, encerrando assim as homenagens ao ilustre tubaronense.
Trajetória – Nascido em 26 de novembro de 1946, em Tubarão, Ângelo Antônio Zabot começou a carreira no esporte aos 18 anos, quando trabalhava na Ferrovia Tereza Cristina. A paixão pelo futebol o conduziu ao posto de goleiro do Ferroviário.
Em 1970, conquistou com a camisa do clube o campeonato estadual. Em 1972, foi contratado pelo Figueirense e retornou à Cidade Azul em 1975, para vestir a camisa do Hercílio Luz. No fim dos anos 70, jogou no Caeté e Noroeste. Entre 1970 e 1974, foi escolhido três vezes o melhor goleiro do Estado.
Paralela à vida esportiva, Zabot ingressou, no ano de 1968, na área política, ao ser candidato a vereador pelo PSD.
Em 1977, tornou-se vice-prefeito na chapa com Paulo Osny May. Na mesma gestão foi, em 1982, prefeito interino. Em 1992, foi o segundo vereador mais votado de Tubarão, com pouco mais de mil votos. Na eleição seguinte, repetiu o feito, sendo novamente o segundo mais votado, com 1,3 mil votos. Assumiu a presidência da Câmara de 1998 a 2000.
Deu continuidade à carreira política, ao eleger-se em 2000 e 2004, vice-prefeito na chapa que tinha Carlos Stüpp como prefeito. Manteve-se no cargo de vice-prefeito até o final de 2008 e nas eleições seguintes, preferiu não concorrer mais.
Em 2009, transferiu-se do PP para o novo PSD, partido do qual foi presidente entre 2015 e 2016, cargo que teve que deixar devido aos problemas de saúde.
Foi ainda nos anos 90, presidente do Conselho Deliberativo do Ferroviário, quando o clube realizara uma fusão com o Hercílio Luz para a criação do Tubarão FC. Nos anos 2000, foi presidente do Tubarão FC e em seu mandato conquistou o quarto lugar na Copa Sul-Minas, em 2002, e a vaga à Série C do Campeonato Brasileiro.
Foi casado por quase 50 anos com Eza Zabot, que hoje ocupa uma cadeira na Câmara de Vereadores de Tubarão, com a qual teve três filhos: Luciano, Alexandre e Thiago e seis netos, e um sétimo que está a caminho.